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domingo, 17 de abril de 2011

Como seria o mundo sem o Calvinismo?

Abraham Kuyper

Para provar isto, perguntem-se o que a Europa e a América teriam se tornado, se no século 16 a estrela do Calvinismo não tivesse subitamente nascido no horizonte da Europa Ocidental. Neste caso, a Espanha teria esmagado a Holanda. Na Inglaterra e Escócia, os Stuarts teriam executado seus planos fatais. Na Suíça, o espírito de indiferença teria prosperado. Os primórdios da vida neste novo mundo teriam sido de um caráter completamente diferente. E como seqüência inevitável, a balança do poder na Europa teria retornado a sua primeira posição. O Protestantismo não teria sido capaz de manter-se na política. Nenhuma resistência adicional poderia ter sido oferecida ao poder romanista conservador dos Hapsburgos, dos Bourbons e dos Stuarts; e o livre desenvolvimento das nações, como visto na Europa e América, simplesmente teria sido impedido. Todo o continente americano teria permanecido sujeito à Espanha. A história de ambos os continentes teria se tornado uma história muito triste, e sempre permanece uma questão se o espírito do Ínterim de Leipzig[1] não teria sido bem-sucedido, por via de um protestantismo romanizado, ao reduzir o norte da Europa novamente ao controle da velha hierarquia.

 

O Heroísmo do Espírito Calvinista

A devoção entusiástica dos melhores historiadores da segunda metade deste século à luta da Holanda contra a Espanha, um dos mais belos objetos de investigação, somente explica-se pela convicção de que se o poder da Espanha naquele tempo não tivesse sido quebrado pelo heroísmo do espírito calvinista, a história da Holanda, da Europa e do mundo teria sido tão penosamente triste e negra quanto agora; graças ao Calvinismo, ela é brilhante e inspiradora. O professor Fruin corretamente observa que: “Na Suíça, na França, na Holanda, na Escócia e na Inglaterra, e onde quer que o Protestantismo teve de estabelecer-se na ponta da espada, foi o Calvinismo que prosperou”.

 

O Cântico da Liberdade vira realidade, com o Calvinismo

Traga à memória que esta mudança na História do mundo não poderia ter sido realizada exceto pelo implante de outro princípio no coração humano, e pela descoberta de outro mundo de pensamento para a mente humana; que somente pelo Calvinismo o salmo de liberdade encontrou seu caminho da consciência perturbada para os lábios; que ele tem conquistado e garantido para nós nossos direitos civis constitucionais; e que, simultaneamente a isto, saiu da Europa Ocidental aquele poderoso movimento que promoveu o reavivamento da ciência e da arte, abriu novas avenidas para o comércio e negócios, embelezou a vida doméstica e social, exaltou a classe média a posições de honra, produziu filantropia em abundância, e mais do que tudo isto, elevou, purificou e enobreceu a vida moral pela seriedade puritana; e então julguem por si mesmos se expulsarão ainda mais este Deus dado pelo Calvinismo aos arquivos da História, e se é apenas um sonho imaginar que ele ainda tenha uma bênção para trazer e uma esperança brilhante para desvendar para o futuro.

 

O Calvinismo inspira a Vitória

A luta dos Boers[2] na Transvaal[3] contra um dos mais fortes poderes deve freqüentemente lembrar vocês de seu próprio passado. Naquilo que foi alcançado na Majuba[4], e recentemente por ocasião do confronto de Jameson, o heroísmo do velho Calvinismo foi de novo brilhantemente evidenciado. Se o Calvinismo não tivesse sido passado de nossos pais para seus descendentes africanos, nenhuma república livre teria surgido no sul do Continente Negro. Isto prova que o Calvinismo não está morto – que ele ainda carrega em seus germes a energia vital dos dias de sua primeira glória. Sim, assim como um grão de trigo do sarcófago dos Faraós, quando novamente confiados a guarda do solo, traz fruto a cem vezes mais, assim o Calvinismo ainda carrega em si um poder maravilhoso para o futuro das nações. E se nós, cristãos de ambos os continentes, ainda em nossa santa luta, ainda estamos esperando realizar ações heróicas marchando sob a bandeira da cruz contra o espírito dos tempos, somente o Calvinismo nos equipa com um princípio inflexível, pela força deste princípio, garantindo-nos uma vitória segura, embora longe de ser uma vitória fácil.

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Fonte:Calvinismo, Abraham Kuyper, Ed. Cultura Cristã, págs.48-50

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Notas:
[1] Este Ínterim (provisório) foi feito em 1548 por Melanchton e outros sob o comando de Maurício da Saxônia. As cerimônias R. C. foram declaradas adiaphofron, e a “Sola” de Lutero foi evitada. Foi uma modificação muito mediadora do Ínterim de Augsburgo, imposto no mesmo ano. Ínterim significa “Acordo provisório”, neste caso entre os Católicos romanos e os Protestantes alemães.
[2] A maneira correta de grafar é boere, plural de boer, fazendeiro, modo pejorativo de os ingleses se referirem aos descendentes dos holandeses na África do Sul.
[3] Kuyper faz referência à Guerra dos Boers, na África do Sul (1880-1902), na qual os descendentes de holandeses lutaram contra o Império Britânico para garantir a independência daquele país. Kuyper apela à semelhança daquele levante com a Guerra de Independência dos Estados Unidos (1776).
[4] Majuba: Essa cidade foi palco de derrota dos ingleses, em fevereiro de 1881, o que garantiu o auto-governo ao Transvaal (então república, mais tarde uma das províncias da África do Sul).


Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/calvinismo/como-seria-o-mundo-sem-o-calvinismo-abraham-kuyper.html#ixzz1Jq5bztpf
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POR QUE LER OS PURITANOS HOJE?

Acredito que existem várias razões para o ressurgimento do interesse pelos Puritanos e seus escritos. Uma delas é que as pessoas estão ficando cansadas de coisas que a religião promete, mas não pode dá-las. Todo tipo de promessas são feitas, mas as pessoas investigam a religião por causa do interesse próprio, e quando estas promessas não se tornam realidade elas ficam desapontadas. Creio que elas também estão cansadas da religião superficial e sem seriedade em sua base. Muitas pessoas não louvam a Deus, porque o deus do qual a maioria ouve falar realmente não é o “Senhor Deus onipotente que reina para sempre e eternamente”. Ele é simplesmente “meu amigo”, e esta familiaridade certa mente produz desrespeito!

Os puritanos foram homens apaixonadamente obcecados pelo conhecimento de Deus. Eu listei 10 razões do porquê devemos ler os puritanos hoje, e cada uma delas é derivada diretamente da visão Puritana de Deus e das Escrituras.

1) Eles elevarão o seu conceito de Deus a um nível que você jamais imaginou fosse possível, e lhes mostrarão um Deus que realmente é digno de seu louvor e adoração. Jeremiah Burroughs, em seu clássico livro Louvor Evangélico, disse: “A razão porque nós adoramos a Deus de uma maneira não séria, é porque não vemos a Deus em Sua glória”. O homem moderno ouve falar de um Deus que não é digno de ser louvado. Por que ele deveria louvar a um Deus que quer fazer o bem, mas não pode ser bem sucedido porque o homem nÍ o coopera? Quem afinal é soberano? O homem o é!

Leia os puritanos e você se achará, num sentido espiritual, de alguma forma sozinho. Você se sentirá empolgado com aquilo que está lendo e com o que está sentindo em seu coração, e perceberá que não há muitas outras pessoas que entenderão daquilo que você está falando; esta pode ser uma solitária experiência! Quando você experimenta a visão que Isaías teve de Deus (Is. 6), e percebe que a realidade de Deus está infinitamente além de qualquer coisa que a sua mente possa compreender, você perceberá que o homem comum não pensa muito a respeito de Deus, muito menos no nível profundo que você está pensando.

Uma das razões de termos um pensamento tão pobre é porque lemos tão pouco. Ler ajuda-nos a pensar. Nós vivemos numa “cultura fotográfica” (visual) ao invés de uma cultura tipográfica (de letras). Tudo são fotos, vídeos e filmes. Todo trabalho está feito para nós e assim não precisamos lutar com conceitos. Outra pessoa interpreta as coisas para nós com imagens. Há 400 anos atrás, as palavras estavam congeladas, estáticas numa página e estas forçavam os leitores a trabalharem mentalmente com os pensamentos ali expressos.

2) Os Puritanos tinham um “caso de amor” com Cristo, e eles escreveram muito sobre a beleza de Jesus Cristo. Um dos maiores puritanos foi Thomas Goodwin, um Congregacional. Escrevendo sobre o céu, Goodwin disse: “Se tivesse que ir ao céu e descobrisse que Cristo não estava lá, eu sairia correndo imediatamente, pois o céu seria o inferno para mim sem Cristo”. O céu sem Cristo não é o céu, e se Cristo não estiver lá, eu não tenho nenhum desejo de estar lá. Estes homens estavam apaixonados por Cristo.

James Durham escreveu na sua aplicação do sermão sobre Cantares de Salomão 5:16: “Se Cristo é amor como um todo, então todo o resto é repulsivo como um todo”. Nós não nos sentimos assim em relação a Cristo, sentimo-nos? Queremos um pouquinho de Cristo, mas também um pouquinho de várias outras coisas. Mas o verdadeiro cristão quer Cristo e nada além de Cristo.

Samuel Rutherford escreveu o seguinte a respeito da beleza de Cristo:

Eu ouso dizer que escritos de anjos, línguas de anjos, e mais que isso, e tantos mundos de anjos como existem pingos de água em todos os mares e fontes e rios da terra não O poderiam mostrar-lhe. Eu acho que Sua doçura inchou dentro em mim até a grandeza de dois céus.

Ah! Quem dera uma alma tão extensa, como se estendesse até a linha final dos mais altos céus para conter o Seu amor. E ainda assim eu poderia conter só um pouquinho deste amor. Oh! que visão, de estar no céu, naquele lindo jardim do Novo Paraíso, e assim ver, sentir o cheiro, tocar e beijar aquela linda flor-do-campo, a árvore sempre verde da vida! A sua sombra seria o suficiente para mim; uma visão dEle seria a garantia do céu para mim.

Se existissem dez mil milhões de mundos, e tantos céus cheios de homens e anjos, Cristo não seria importunado para suprir todos os nossos desejos, e nos preencher a todos. Cristo é uma fonte de vida; mas quem é que sabe qual a sua profundidade até o ponto mais fundo? Coloque a beleza de dez mil mundos de paraísos, como o jardim do Éden em um; coloque todas as árvores, todas as flores, todos os odores, todas as cores, todos os sabores, todas as alegrias, todos os amores, toda doçura em um só.

Oh! Que coisa linda e excelente isso seria? E ainda assim seria menos para o lindo e querido bem-amado Cristo do que uma gota de chuva em todos os oceanos, rios, lagos e fontes de dez mil mundos.

Isto é alguém que ama a Cristo, não é?

3) Os Puritanos nos ajudarão a entender a suficiência de Cristo. Isto sofre grandes ataques em nossa igreja moderna. Você pode ter Cristo para salvá-lo, mas hoje em dia você precisa da psicologia para ajudá-lo no curso de sua vida. Pode ter Cristo para salvá-lo e ajudá-lo com seus sofrimentos espirituais, mas você precisa de algo mais para estas dores emocionais profundas que sente.

Existe um livro escrito por Ralph Robinson — contemporâneo de Thomas Watson em Londres — “Cristo: Tudo e Em Tudo”. Robinson escreveu mais de 700 páginas sobre um versículo de Colossenses, “… porém Cristo é tudo e em todos” (Cl 3:11). Você percebe que a questão é a nossa deficiência em entender a suficiência de Cristo. Se Cristo é tudo em tudo, como podemos olhar para qualquer outro, ou para qualquer outra coisa em busca de respostas?

No seu livro “O Tesouro dos Santos”, Jeremiah Burroughs tem um sermão sobre o versículo de Colossenses. Burroughs faz uma afirmação como segue: “Certamente Cristo é um objeto suficiente para a satisfação do Pai”. Nenhum de nós argumentaria contra isso, não é mesmo? Isaías nos diz que Deus verá o “fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito”. Assim, Cristo é suficiente para satisfazer a Deus. Burroughs continua: “Certamente, então, Cristo é suficiente para satisfazer qualquer alma!” Você compreende o raciocínio? Coit ado daqueles cristãos que gastam suas vidas inteiras se queixando acerca de seu destino na vida, como se Cristo não fosse suficiente. Que blasfêmia é dizer que Cristo é suficiente para satisfazer a Deus, mas não é suficiente para satisfazer a mim! Muito antes de existir um Freud, um Puritano solucionou o problema da “balela da psicologia” que tanto tem fascinado e agradado a igreja hoje.

4) Os Puritanos nos ajudam a ver a suficiência das Escrituras para a vida e a piedade. Isto é o que Pedro disse (2 Pe 1:3-4). As Escrituras nos dão o conhecimento de Deus, o qual nos dá todas as coisas pertinentes à vida e à piedade. O grito de guerra da humanidade hoje é mais ou menos assim: “Estou buscando a auto-estima”, ou “Quero apenas estar de bem comigo mesmo”.

Os cristãos não carecem de auto-estima; eles carecem de dispensar estima a Cristo! Isaías descobriu quem Deus era e daí ele soube quem de fato Isaías era. Eu me lembro de ter sido convidado para falar numa palestra em outro continente, e pediram-me para falar de mim. Não posso imaginar nada mais constrangedor do que as pessoas ficarem sabendo algo a meu respeito. No livro”Tesouro dos Santos” de Burroughs, seu primeiro sermão é intitulado “A Incomparável Excelência e Santidade de Deus” e é baseado num versículo do Velho Testamento “Quem é como Tu, oh Deu s, entre as nações?”. É um sermão de 35 páginas, e Burroughs fala do esplendor de Deus em metade do sermão. Daí ele escreve sobre a segunda metade do versículo “e quem é como Tu, oh Israel?”. Qual é o ponto em questão? Sendo que não há ninguém comparável ao Seu Deus, não há ninguém como você! Assim, você não precisa de auto-estima para sentir-se bem consigo mesmo; você precisa ter “Cristo-estima”; você precisa sentir-se bem com Deus.

Se o homem é criado à imagem e semelhança de Deus, como poderia alguém ter falta de auto-estima? Cristo deu Sua vida, pagando um alto preço por Sua Igreja. Isso é verdadeiramente digno, meus amigos!

5) Os Puritanos podem ensinar-nos sobre a extrema maldade da natureza do pecado. Edward Reynolds escreveu um livro intitulado “A Pecaminosidade do Pecado”, e Jeremiah Burroughs escreveu “O Mal dos Males”. Não há outra doutrina que importe sermos mais ortodoxos do que nesta. Porque se você está fora da doutrina do pecado, você está fora de toda doutrina. Este é o fio da meada que vai abrir todo o invólucro.

Burroughs escreveu 67 capítulos sobre esta premissa: O pecado é pior que o sofrimento; as pessoas farão tudo que puderem para evitar o sofrimento, mas farão quase nada para evitar o pecado. O pecado é pior que o sofrimento, isso, no entanto, é porque o pecado causa o sofrimento. De fato Burroughs vai ao ponto. O pecado é pior que o inferno, porque o pecado causou o inferno. E a causa é pior que a conseqüência da causa.

Obadiah Sedgwick, um presbiteriano Londrino proeminente e que era um membro da Assembléia de Westminster, escreveu um livro perscrutador “A Anatomia dos Pecados Ocultos” — um tratado sobre o clamor de Davi pedindo para ser liberto de pecados ocultos; aqueles pecados escondidos nos recessos mais íntimos de nossos corações. Aqueles pecados que não são conhecidos de mais ninguém, só por nós e Deus, pecados que são tão maus e condenados como quaisquer outros.

Jonathan Edwards disse o seguinte acerca do pecado: “Todo pecado é de proporção infinita, e é mais ou menos mau dependendo da honra da pessoa ofendida. Já que Deus é infinitamente santo, o pecado é infinitamente mau”. É por isso que não existe esse negócio de pecado pequeno (pecadinho), porque o mais leve pecado é um ato de traição cósmica cometida contra um Deus infinitamente santo.

Simplesmente por seu enorme valor literário, este material não tem preço. As imagens de Edwards em seu sermão”Pecadores nas Mãos de um Deus Irado” são imbatíveis. Ele compara Deus com um arqueiro e seu arco em mãos; aquele arco está retesado e a flecha está diretamente apontada para o coração do homem; os braços do arqueiro estão trêmulos de tão firme que o arco está ao ser puxado. E Edwards diz que a única coisa que impede Deus de deixar aquela flecha voar e penetrar no sangue do pecador é o beneplácito de um Deus que está infinitamente irado com o pecado a cada dia. Um escritor secular que estava fazendo uma obra sobre Jonathan Edward s foi perguntado por um cristão: “Você sabe, se Edwards tiver razão então aquela flecha está apontada para o seu coração. Como você pode dormir à noite?”. A resposta foi a seguinte: “Às vezes eu não durmo! Só espero em Deus que Jonathan esteja errado”.

6) Os puritanos nos ajudarão na vida prática. O livro de Richard Baxter, “O Diretório Cristão”, tem sido chamado de “o maior manual de aconselhamento cristão jamais produzido”. Antes do presente século todo aconselhamento era feito do púlpito ou durante uma visita pastoral à família para catequizá-la. Os pastores eram vistos como os médicos da alma. É interessante notar que a palavra “psicologia” significa o estudo da alma. Suke, de onde temos “psyche” e de onde vem “psicologia” quer dizer “alma”. Só que hoje em dia o que costumava ser a cura de almas pecaminosas, passou a ser a cura de mentes doentes (pecado virou doença). Esta tarefa foi tirada do pastor, o qual conhece a alma melhor que qualquer outro, e foi dada a conselheiros (psicólogos) dentre os quais, muitos nem mesmo crêem em Deus. Eles não podem curar males espirituais. O “Diretório” de Baxter mostra o gênio de um homem, que pôde aplicar as Escrituras em todas as áreas da vida. O Dr. James Packer chama este livro de o maior livro cristão já escrito.

O livro “A Prática da Piedade” de Lewis Bayly é um modelo de manual devocional Puritano. A idéia era a de regular o dia inteiro de um indivíduo pelas Escrituras. O Dr. John Gerstner diz que este livro deu início ao movimento Puritano.

Não havia nenhuma área da vida, criam os puritanos, que não devesse ser regulada pelas Escrituras. Mesmo o tempo a sós deveria ser posto à disposição do uso da piedade. Nathanael Ranew escreveu uma refinada obra — intitulada “Solidão Aperfeiçoada pela Meditação Divina”. Esta é uma obra puritana clássica sobre meditação espiritual. A premissa de Ranew é que, mesmo quando o cristão está só ele pode “melhorar-se” a si mesmo usando sua mente para o bem, meditando em Deus e em Seus atributos. Se existisse um 11º mandamento, este seria: “Não deveis desperdiçar tempo”.

Os Puritanos escreveram vários destes “manuais”. John Preston pregou cinco sermões em I Tessalonicenses 5:17 sobre a oração, entitulados “O exercício diário dos Santos”, os quais estão incluídos no “Os Puritanos e a Oração”.

R.C. Sproul escreveu o prefácio do livro de Jeremiah Burroughs “Tratado sobre Mentalidade Terrena”. Eis aí um livro sobre o grande pecado de pensar como o mundo pensa, ao invés de pensar os pensamentos de Deus e segundo Deus.

Os Puritanos tinham característica pastoral forte, além de serem muito teológicos. Christopher Love — sobre quem eu escrevi um livro “Um Espetáculo para Deus” — disse o seguinte, em seu terceiro volume sobre sermões de crescimento na graça:

Não olhe demais para os seus pecados, mas olhe também para a sua graça ainda que fraca. Cristãos fracos olham mais para os seus pecados do que para suas graças recebidas; Deus olha para suas graças e não atenta tanto para seus pecados e fraquezas. O Espírito Santo disse: “Ouvistes da paciência de Jó”; mas Deus leva em conta não o que existe de mau em seu povo, mas o que é bom nele. É mencionado o fato que Raabe escondeu os espias, mas nada é mencionado a respeito da mentira que ela contou. Aquilo que foi bem feito foi mencionado como louvável sobre Raabe. Já o que foi inapropriado está sepultado em silêncio, ou pelo menos não está registrado contra ela e nem como acusação contra ela . Aquele que desenhou o quadro de Alexandre com sua cicatriz na face, desenhou-o com seu dedo sobre a cicatriz. Deus coloca o Seu dedo de misericórdia sobre as cicatrizes de nossos pecados. Oh, como é bom servir um Senhor assim, que é pronto a recompensar o bem que fazemos e ao mesmo tempo está pronto a perdoar e esquecer o que é inapropriado. Por isso, vocês que têm só um pouco de graça, lembrem-se que ainda assim Deus terá os Seus olhos sobre esta pequena graça. Ele não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega. (Is 42:3)

7) Os Puritanos nos ajudarão no evangelismo que é bíblico. Grande parte do evangelismo feito hoje é centrado no homem, mas o evangelismo Puritano era centrado em Deus. Os puritanos tinham outra doutrina, que se tem perdido hoje em dia e tem o nome de “buscar” ou “preparação para a salvação”. Era uma doutrina amplamente difundida entre os Puritanos ingleses e os reformadores. Foi ensinada por Jonathan Edwards em seu sermão “Forçando a entrada no Reino”, e antes disso foi ensinada por seu avô Solomon Stoddard. Stoddard escreveu “Um Guia para Cristo”, q ue John Gerstner chama de o mais refinado manual sobre evangelismo reformado que ele conhece. Além deste, você poderia querer ler “O Céu tomado por violência” de Thomas Watson.

A doutrina da busca nos ensina que Deus trabalha através de meios, e se um homem deseja ser salvo ele deve se apropriar destes meios. Deixe-me dar-lhe um exemplo. A fé vem pelo ouvir, e os homens são salvos pela fé, ou melhor, os homens são salvos pela graça através da fé. Mas se preciso de fé para agradar a Deus e eu percebo que não tenho fé para crer em Deus para a salvação, o que eu deveria fazer?

E é aqui que entra o “buscar”. Se a fé vem pelo ouvir, então eu devo ouvir alguém pregar um sermão ortodoxo sobre Cristo. Se Deus vai me salvar, seu meio normal será através da pregação do evangelho. Deus não tem obrigação de me salvar se eu escuto um sermão, mas Ele provavelmente não me salvará sem que eu escute um sermão sobre a graça de Deus.

O pecador, então, deve fazer todo o possível dentro de seu poder natural para amolecer o seu coração. Ele não pode merecer a salvação, mas pelo menos ele pode “cooperar” com Deus em sua salvação ao invés de opor-se a Ele. Eu não me torno agradável a Deus por estar buscando — desde que o esteja fazendo sem interesse próprio — mas eu estou sendo menos ofensivo a Deus ao invés de mais ofensivo; e mesmo se Deus não me salvar, a minha punição no inferno será menor. E os Puritanos diriam: “Se você não pode ir a Deus com um coração reto, então vá a Ele procurando por um coração reto”. Busque ao Senhor.

8) Ler os Puritanos nos ajudará a ter prioridades certas. Segundo Coríntios 5:9 diz: “É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe ser agradáveis”. Um puritano falou da seguinte maneira: “O sorriso de Deus é minha maior recompensa; Sua expressão de desaprovação é meu maior temor”. Se é verdade que nós nos tornamos como as pessoas com as quais gastamos o nosso tempo, então é um investimento para a eternidade gastarmos tempo com os puritanos. Então, gaste o seu tempo com o melh or! O livro “Temor Evangélico” de Jeremiah Burroughs é sobre termos a prioridade correta. Trata-se de sete sermões sobre Isaías 66:2, sobre o que significa tremer da Palavra de Deus. Se Deus fala “É para este que olharei,…, e que treme da minha Palavra”, então seria sábio sabermos o que é tremer da Palavra de Deus.

9) Os Puritanos podem nos ajudar a esclarecer a questão de como um homem é justificado diante de Deus. Outro título do Solomon Stoddard é sua obra prima sobre justiça imputada: “A Segurança da Apresentação, no Dia do Juízo, na Justiça de Cristo”. Não tenho como não enfatizar extremamente a importância de ser são e sóbrio sobre esta questão de justiça imputada nestes dias onde tantos não estão sendo sóbrios e claros na eterna diferença entre justiça imputada ou atribuída e justiça infundida. A diferença entre estas duas posições não é só a dist ância entre Roma e Genebra; mas é também a distância entre o céu e o inferno. Eu recomendo para as suas leituras sobre este assunto, o livro “Justificação Somente Pela Fé”. Se você quer especificamente um livro puritano sobre esta questão, então leia “Os Puritanos e a Conversão”, ou leia o livro de Matthew Mead, “O Quase Cristão Descoberto”. Mead lista vinte e seis coisas que uma pessoa deve fazer como cristã. Fazendo estas coisas não prova que ela realmente seja cristã, no entanto não fazê-las prova que ela não é cristã. Não é para a fraqueza do coração. Esta era a versão do século 17 de “O Evangelho Segundo Jesus”, 300 anos antes de John MacArthur ter escrito aquela obra preciosa.

10) Finalmente, olhemos para os Puritanos e a Autoridade da Palavra. Sabemos que as Escrituras são Deus falando conosco. O versículo clássico de Timóteo nos diz que “Toda Escritura é inspirada por Deus” (literalmente soprada por Deus). E sabemos que seja o que for que Deus diga, nós devemos obedecer. De fato foi isto que o povo de Deus do Velho Testamento percebeu. Em Êxodo 24:7 eles declaram: “Tudo que o Senhor falou nós faremos, e seremos obedientes”. Não há nada que o Senhor diga que nós não devamos fazer; e se não o fazemos nós não somos cristãos! A coisa é simples assim!

Um puritano que era membro da Assembléia de Westminster em 1643 escreveu: “A autoridade da Escritura Sagrada, por causa da qual se deve crer e obedecer, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja; mas depende totalmente de Deus (que é a própria Verdade) o autor da mesma. E por isso ela deve ser recebida, porque é a Palavra de Deus”.

Sabemos que quando Deus fala nós devemos ouvir. De fato, grande parte da Grande Comissão é ensinar às pessoas a se submeterem à autoridade da Palavra de Deus “ensinando-os a observar tudo que vos tenho ordenado” (Mt 28:20).

Isto é o que surpreendia as pessoas quando Jesus ensinava. Mateus 7:29 diz que quando Jesus ensinava, as pessoas ficavam maravilhadas. Qual era a base para a admiração delas? “Ele estava ensinando-as como quem tem autoridade, e não como os escribas”.

É exatamente assim que os pregadores devem pregar: com autoridade. É um mandamento de Deus que eles assim o façam. “Falai estas coisas, exortai e reprovai com toda autoridade. Não deixe que ninguém te despreze” Tito 2:15. Enquanto afirmamos que se Deus dissesse alguma coisa nós o obedeceríamos, nós nos esquecemos que o ministro fiel é Deus falando a nós hoje. É a visão da Reforma do ministério do púlpito: quando um ministro fiel está expondo a Palavra de Deus, é a voz de Deus que você está ouvindo e não a de um homem. E isto quer dizer que deve ser obedecida.

Mas o que você escuta após o sermão? O melhor que você ouvirá é “Isto é interessante, terei que pensar sobre isto”. Mas Deus nunca nos deu Sua Palavra para ter nossa opinião ou para pensarmos sobre o assunto. Ele nos deu Sua Palavra para que a obedeçamos. O Puritano Thomas Taylor escreveu:

A Palavra de Deus deve ser pregada de tal maneira, que a majestade e a autoridade dela sejam preservadas. Os embaixadores de Cristo devem falar Sua mensagem como se Ele literalmente o fizesse. Um ministro lisonjeador é um inimigo desta autoridade, pois se um ministro deve contar “placebos” e canções doces é impossível que ele não venha trair a Verdade. Resistir esta autoridade ou enfraquecê-la é um pecado temível, seja em homens de alta ou baixa posição. E o Senhor não permitirá que seus mensageiros sejam interrompidos. Os ouvintes devem: a) orar por seus mestres, para que possam transmitir a Palavra com autoridade, com poder e claramente; b) não confundir esta autoridade nos ministros como rudeza ou antipatia, e muito menos como loucura; c) não recusar a sujeição a esta autoridade, nem ficar ofendidos quando ela sobrepuja uma prática onde eles estão relutantes em largar; pois é justo para com Deus apagar a luz daqueles que recusam a luz oferecida.

Deuteronômio 30:20 equipara um Deus de amor com obediência à Sua voz, e diz que é assim que amamos.

Bem, era assim que os puritanos viam as Escrituras. Sua elevada visão de Deus veio de sua elevada visão das Escrituras. E se nós quisermos conhecer a Deus como eles, nós devemos amar Sua Palavra como eles amaram. E este amor aumentará somente através de estudo intenso e diligente. E ler os puritanos é a próxima boa coisa. É como ir a escola com as mentes mais brilhantes que a igreja já teve.

Onde você deveria começar? Recomendo ao iniciante os seguintes títulos:

O Amor Verdadeiro do Cristão ao Cristo Invisível, de Thomas Vincent.
A Maldade do Pecado ou O Dever da Auto Negação, Thomas Watson.
Amostras de Thomas Watson, um pequeno livro de dizeres coletados.
A Graça da Lei, Ernest Kevan; um bom livro sobre o papel da lei na teologia puritana.

Os Puritanos e a Conversão, Os Puritanos e a Oração. Dois excelentes compêndios que dão ao leitor o melhor do pensamento puritano sobre os respectivos temas.

FONTE:http://voltemosaoevangelho.com/blog/2010/09/26%c2%aa-conferencia-fiel-para-pastores-e-lideres-5/

sábado, 16 de abril de 2011

Somos CONTRA o PL 122

O Blog do Prof. Luis Cavalcante condena, repudia a HOMOFOBIA e PEDOFILIA, como a HETEROFOBIA, ABORTO, RACISMO, FASCISMO DE DIREITA, FASCISMO DE ESQUERDA, NAZISMO SOCIALISTA, MARXISMO, NIILISMO, COMUNISMO, MACHISMO, FEMINISMO e principalmente o SECULARISMO e LAICISMO FUNDAMENTALISTA. Condenamos a INSTITUCIONALIZAÇÃO DA INIQUIDADE pelos representantes da CENTRO-ESQUERDA, ESQUERDA e ESQUERDISMO brasileiro.

Acreditamos que a Filosofia Política, Científica, Jurídica, Econômica, Educacional e Social de caráter Calvinista é a solução do reducionismo filosófico e moral da esquerda e direita.

Condenamos o "Estado Laico Fundamentalista", que condena os valores e princípios judaico-cristão na sociedade; sine qua non para uma sociedade saudável e equilibrada.

Defendemos a vida dos homossexuais, melhor, de todos os seres humanos (desde que não cometam assassinatos, neste ponto defendemos a Pena Capital para os casos de assassinatos e crimes de colarinho branco, uma vez julgado e culpado); mas, condenamos visceralmente o PL-122 como está redigido (que institucionaliza a iniquidade da sodomia, bissexualidade, lesbianismo e todas as perversões contrária aos princípios cosmonômicos da Criação Divina; transformando o Estado Laico em um Estado Imoral e Sodomita; trazendo as maldições espirituais, sociais e psicológicas sobre o nosso país).

Somos contrário ao PL 122 e seremos uns dos primeiros a desobedecê-lo, caso seja aprovado pelo atual governo esquerdista; sabendo de antemão que isso pode implicar: CADEIA!!!

Condenamos qualquer violência aos homossexuais, ou melhor, condenamos qualquer violência aos seres humanos.

Condenamos radicalmente todo tipo de PEDOFILIA, prostituição, imoralidade, sodomia, pederastia, divórcio, infidelidade conjugal, liberação das drogas, adoção de crianças por homossexuais e principalmente as seduções dos homossexuais por crianças, adolescentes e jovens com introdução do pênis no ânus, muitas vezes estimulados por leis, pedagogias construtivistas, relativistas, hedonistas, canais de comunicação, principalmente, a televisiva e os portais de internet.

Condenamos a "liberdade", melhor, a libertinagem das revistas e filmes pornográficos, mais, toda a literatura pornográfica que diretamente e indiretamente estimula a PEDOFILIA e toda sorte de PROSTITUIÇÃO, vendidas nas bancas de jornais, postos de combustíveis, locadoras de vídeos e livrarias, etc.

Defendemos urgente políticas e financiamento público para todos os cidadãos que não estão confortável com a sua homossexualidade e querem tratamentos terapêuticos para uma vida de heterossexualidade. O homossexual tem o direito de não querer ser homossexual e a liberdade de participar de programas filosóficos e religiosos de fortalecimento de heterossexualidade.

Tratemos todos os homossexuais com amor cristão e compartilhemos com sabedoria, paciência e caridade o poder transformador e reformador da Eterna, Inspirada, Inerrante PALAVRA DE DEUS!

O BRASIL DEVE CRIMINALIZAR A HOMOFOBIA? Segundo a Dra. Helena Lobo da Costa NÃO.

Segundo a Dra. Helena Lobo da Costa NÃO - Advogada e professora de Direito Processual Penal da Faculdade de Direito da USP - "O Direito Penal atual já está apto a agir em casos de agressões motivadas por intolerância sexual"


FONTE: http://intoleranciahomossexual.blogspot.com/2011/04/o-brasil-deve-criminalizar-homofobia.html

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Graça Operante e Graça Cooperante e o Livre-Arbítrio.

Caso se admita isto, estará fora de questão que o livre-arbítrio não é bastante ao homem para as boas obras, a não ser que seja ajudado pela graça, e na verdade pela graça especial, graça esta de que os eleitos só são dotados mediante a regeneração.

Logo, deixo de levar em conta os fanáticos que bradam que a graça é distribuída a todos de modo igual e de forma indistinta. Isto, entretanto, ainda não está claro: se porventura o homem esteja de todo privado da capacidade de fazer o bem, ou tenha para isso alguma capacidade, ainda que diminuta e precária, que certamente nada possa de si, todavia, em auxiliando-a a graça, desempenhe também ela mesma sua função. Tendo em mira decidir isto, o Mestre das Sentenças ensina que nos é necessária dupla graça para que nos tornemos capazes para uma boa obra. A uma ele chama de graça operante, mercê da qual resulta que queiramos o bem eficazmente; cooperante, a outra, que acompanha a boa vontade, coadjuvando-a.

Nesta divisão desagrada-me isto: que, enquanto atribui à graça de Deus o eficaz desejo do bem, dá a entender que, já de sua própria natureza, de certo modo, ainda que ineficazmente, o homem deseja o bem. Assim Bernardo, asseverando que de fato a boa vontade é obra de Deus, no entanto concede isto ao homem: que ele deseja, de moto próprio, esta espécie de boa vontade. Isto, entretanto, está longe da mente de Agostinho, de quem, todavia, Lombardo deseja parecer haver tomado essa distinção entre graça operante e graça cooperante.

No segundo membro desse binômio distincional ofende-me a ambigüidade, a qual tem gerado interpretação pervertida. Pois pensaram que cooperamos com a segunda dessas modalidades da graça de Deus, visto ser nosso direito ou de tornar inútil a primeira graça, rejeitando-a, ou de confirmá-la, seguindo-a obedientemente.

Isto o autor da obra A Vocaçãodos Gentios exprime desta forma: os que fazem uso do juízo da razão são livres para apartar-se da graça, de sorte a ser mérito o não haver-se apartado; e desorte que, o que não se pode fazer, senão mediante a assistência do Espírito, se credita aos merecimentos daqueles de cuja vontade isto não pôde ser feito.

Pareceu-me bem abordar, de passagem, estes dois pontos, para que o leitor já veja quanto discordo dos escolásticos mais sóbrios. Ora, dos sofistas mais recentes difiro em extensão ainda maior, a saber, quanto estão distanciado da antigüidade. Como quer que seja, desta divisão, contudo, compreendemos em que medida eles têm conferido o livre-arbítrio ao homem. Pois Lombardo sentencia, afinal, que temos o livre-arbítrio não que, em relação ao bem e ao mal, estejamos capacitados para ou fazer ou pensar de modo igual, mas apenas que somos liberados de compulsão, liberdade que, segundo ele, não é impedida, ainda que sejamos depravados, e servos do pecado, e nada possamos senão pecar.

A Inconveniênciada Expressão Livre-Arbítrio
Desse modo, pois, dir-se-á que o homem é dotado de livre-arbítrio: não porque tenha livre escolha do bem e do mal, igualmente; ao contrário, porque age mal por vontade, não por efeito de coação. Por certo que isto soa muito bem. Mas, a que servia etiquetar com título tão pomposo coisa de tão reduzida importância? Excelente liberdade, sem dúvida, seria se com efeito o homem não fosse compelido pelo pecado a servi-lo; se, no entanto, é ( – escravo por querer; escravo por vontade), de sorte que a vontade lhe é mantida amarrada pelas peias do pecado! Certamente que abomino (machías)– contendas de palavras - com as quais a Igreja em vão se afadiga, porém julgo ser religiosamente preciso evitar estas palavras que soam algo absurdo, principalmente quando induzem perniciosamente ao erro. Indago, porém, quão poucos são os que, em ouvindo atribuir-se livre-arbítrio ao homem, imediatamente não o concebam ser senhor tanto de sua mente quanto da vontade, tanto que possa de si mesmo vergar-se para uma e outra dessas duas partes?

Contudo, alguém dirá que é preciso afastar perigo desta natureza, se cuidadosamente o povo em geral for informado quanto ao exato sentido desta expressão. Na realidade, porém, como o coração humano propende espontaneamente para a falsidade, de uma palavrinha só o erro sorverá mais depressa do que faz extenso discurso em prol da verdade. Nesta própria expressão temos deste fato mais indisputável experiência do que seria de se almejar. Ora, enquanto se apega à etimologia do termo, deixada de lado aquela interpretação dos escritores antigos, quase toda a posteridade tem sido arrastada à ruinosa confiança pessoal.

FONTE: http://www.ocalvinista.com/2010/08/inconveniencia-da-expressao-livre.html

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os Cinco Contraditórios Pontos do Arminianismo!

(a) O dogma do livre arbítrio

Como resultado da queda de Adão no Éden, a Bíblia diz que nEle, toda a raça humana está espiritualmente morta(Gn 2:17; Ef 2:1,5; Cl 2:13). Estando espiritualmente mortos, todos os filhos de Adão tendem a refletir a atitude de seu pai: como caído, fugirem da presença de Deus(Gm 3:8-10)e não se reconhecerem como culpados(pecadores)diante de Deus(Gn 3:11-13), razão pela qual, o Espírito Santo têm que convencê-los de seu pecado(Jo 16:7-9) Ora, se houvesse, após a queda, a capacidade de escolher a Deus por parte do homem espiritualmente morto, certamente Adão procuraria a Deus, e não Deus a Adão! E o resultado da queda de Adão sobre os seus descendentes é que segundo a Bíblia, "viu o SENHOR... que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração ERA SÓ MÁ continuamente"(Gn 6:5 ACF). Embora as Escrituras digam que após a queda no Éden, o homem está total e completamente morto(totalmente depravado) e arruinado; todavia, à revelia da Bíblia, os arminianos dizem que "a natureza humana foi indubitavelmente prejudicada pelo pecado, PORÊM NÃO ARRUINADA TOTALMENTE"(Rev. José G. Salvador; Arminianismo e Metodismo, p.87). Não só o dogma do livre arbítrio é falso e blasfemo, como tambem contraditório. Ele entra em contradição com o segundo ponto do arminianismo - a eleiçaõ condicional. Os arminianos dizem que desde a fundação do mundo, Deus sabia quem iria crer ou não crer em Cristo, e que, com base nessa presciência, elegeu os que iriam crer para a salvação, e da mesma forma, predestinou, designou, recusou ou reprovou de antemão[desde a eternidade] os que não iriam crêr, para a condenação(Pr. Raimundo Ferreira de Oliveira; Lições Bíblicas[CPAD], Quarto Trimestre de 1987, pp.32-33). Ora, com base nisto, perguntamos: aqueles que, pela presciência de Deus, não crerão em Cristo e que foram de antemão por Deus predestinados, designados e reprovados para a condenação, tem a capacidade para escolherem a Deus??? Se têm essa capacidade, onde fica então a presciência de Deus???
A Harpa Cristã, hinário das Assembléias de Deus, canta a doce melodia da total depravação do homem(esmigalhando o dogma do livre arbítrio), dizendo:

"Longe do Senhor, andava
No caminho do horror,
POR JESUS NÃO PERGUNTAVA,
NEM QUERIA O SEU AMOR
'NO JUÍZO NÃO PENSAVA,
NEM NA MINHA PERDIÇÃO
NEM MINHA ALMA DESEJAVA A ETERNA SALVAÇÃO"(169:1,2)

Tais frases refletem o ensino bíblico. Os ímpios, antes de serem regenerados pelo Senhor, não tem nenhum interesse por Deus(Rm 10:20). Nenhum deles tem ou podem ter qualquer desejo de ir até Cristo(Jo 3:20; 5:40; Jó 21:14-15). E o ímpio não pensa no juízo nem em sua perdição, uma vez que, em seu estado de total morte espiritual, ele não se julga um pecador(Mt 23:30; Lc 18:11-12); devido a seu estado caído(a sua natureza pecaminosa), ele não entende que o juízo de Deus está sobre ele(Pv 28:5 Sl 7:11; Rm 1:18). E por que os ímpios não estão convencidos de que estão debaixo do juízo(ira)de Deus? Porque, estando espiritualmente mortos, "ELES NADA SABEM, NEM ENTENDEM; VAGUEIAM EM TREVAS"(Sl 82:5 ARA); "OS PERVERSOS SÃO INIMIGOS DA LUZ, NÃO CONHECEM OS SEUS CAMINHOS"(Jó 24:13 ARA). Os ímpios estão totalmente impossibilitados e incapacitados de chegarem a esta conclusão por si mesmos. O Espírito Santo têm que convencê-los disso(Jo 16:7-8). Agora imaginem alguém que têm condições de chegar as suas próprias conclusões, necessitar da ajuda de outro alguém para chegar a estas conclusões? Complicado, não???Os ímpios não podem jamais desejar a salvação, visto que eles odeiam tanto a Deus(Rm 5:10; 8:7; Cl 1:21), que reputam as trevas como "luz"!(Is 5:20). Em suma, o dogma do livre arbítrio, não encontra respaudo nas Escrituras!

(b) O dogma da eleição condicional

A Bíblia diz que a eterna eleição para a salvação(Ef 1:4) é "a eleição da graça"(Rm 11:5,6), e se 'graça' é 'favor imerecido', como ela pode ser condicionada a qualquer futura atitude do homem? Embora a Bíblia diga que a eleição é da graça(isto é - incondicional = At 13:48); os arminianos, à revelia das Escrituras, dizem que ela é condicional. Não só este dogma é blasfemo e antibíblico, como tambem contraria o terceiro ponto do arminianismo. Ora, se em sua presciência, Deus já sabia quem vai crêr e quem não vai crêr em Cristo, elegendo os futuros crentes em Cristo para a salvação, bem como predestinando, designando, recusando ou reprovando de antemão os que não crerão em Cristo, como então Cristo poderia morrer por aqueles que de antemão Ele próprio havia predestinado, designado, recusado e reprovado para a condenação? Poderia Cristo morrer por aqueles que de antemão sabia que jamais creriam nEle? Morreria Cristo em vão? E onde estaria a sua presciência? Justamente por isso, cantamos com a Harpa Cristã, a doce melodia da eleição incondiconal(que é a eleição da graça):


"FOMOS NÓS PREDESTINADOS,
PARA CRERMOS EM JESUS"(236:3)

As palavras da Harpa Cristã ensinam o que a Bíblia ensina: que a fé é a consequência, não a causa da eleição para a salvação. Em outras palavras: fomos eleitos para crermos, e não porque creríamos!(At 13:48)



(c) Expiação Geral

Enquanto a Bíblia explicitamente diz que Cristo não morreu por todos os homens, sem exceção((Mt 26:28; Mc 14:24), e que seu sangue foi derramado em favor apenas dos eleitos(1 Pd 1:2); os arminianos, em revelia à Biblia, dizem que Ele morreu por todos os homens sem exceção - por cada indivíduo. Ora, tal dogma arminiano é uma blasfêmia, pois se é verdade que era parte do plano de Deus que Cristo morresse por toda a raça humana sem exceção(com o objetivo de salvar a todos), e se todos não foram salvos, então o plano de Deus foi frustrado, não alcançou o seu objetivo, não teve êxito. Só que de acordo com a Bíblia, NUNCA, JAMAIS, nenhum plano de Deus ficou sem ter o seu objetivo alcançado, antes todos os seus planos se realizaram perfeitamente(Jó 42:2; Sl 135:6; Is 46:10). Além do mais, a Bíblia diz que Cristo ficaria satisfeito com o resultado de sua obra expiatória(Is 53:11), e qual foi o por quê desta sua satisfação? Porque o plano de Deus era que Cristo morresse pelos eleitos, para que estes obtivessem a vida eterna - algo que efetiva eficazmente ocorreu!(Is 53:11; Dn 12:10; Mt 20:28; Jo 17:2,4,6). Agora, não só o dogma arminiano(expiação geral) é blasfemo e antibíblico, como entra em contradição com o quarto ponto do arminianismo. Ora, o quarto ponto do arminianismo(resistibilidade da graça divina) ensina que a graça de Deus pode ser resistida não só por uma parte da raça humana(os eleitos), mas por toda as duas partes(eleitos e não eleitos[reprovados]). Neste sentido, se Cristo morreu por toda a raça humana para dar-lhe a vida eterna, e se qualquer uma das partes da humanidade(os eleitos ou os reprovados) pode lhe resistir(ao seu chamado interno), isto faria com que o Salvador morresse em vão!!!
Mas, à revelia do do herético terceiro ponto do arminianismo, prefiro abria a Harpa Cristã e cantar a doce melodia da "Expiação Particular":


"Só mesmo o tão profundo amor
Do nosso bendito Deus,
Mandava ao mundo de horror,
O Seu Filho, PRA SALVAR OS SEUS"(475:4)

"Por Ele abençoada é toda a nação,
QUE FOI PREDESTINADA A GRANDE VOCAÇÃO"(135:3)

"JÁ DANTES DESTA CRIAÇÃO
JESUS ME PREPARAVA
A MAIS PERFEITA SALVAÇÃO;
Oh! Quanto a mim amava"(219:2).


A estrofe 3 do hino 135 ensina que somente a nação predestinada(ou escolhida)por Deus, recebia a benção da vida eterna, como diz a Bíblia(1 Cr 17:21-22; 2 Sm 7:23). A estrofe 4 do hino 465 ensina que Cristo foi enviado para morrer pelos eleitos, conforme diz a Bíblia(Jo 10:11,14-16; 17:2,6,9). A estrofe 2 do hino 219 nos ensina que Cristou amou os seus escolhidos, bem antes da fundação do mundo, com o amor de um Salvador, conforme diz a Bíblia(2 Tm 1:9).

d) Graça Resistível

A Bíblia diz que, dentre a raça humana, apenas alguns são escolhidos para a vida eterna, e que aqueles que foram escolhidos para este fim, não resistirão ao chamado interno do Espírito Santo e certamente virão a Cristo(Jo 6:37; 10:14). Contudo, à revelia da Bíblia, os arminianos dizem que todos(inclusove os eleitos) podem resistir ao chamdo interno do Espirito Santo, frustrando assim os propósitos de Deus. Todavia, este dogma arminiano não só é blasfemo e antibíblico, mas tambem contraria o segundo ponto do arminianismo. Ora, se é verdade que desde a eternidade, Deus já sabia quem iria crer em Cristo, e que com base nesta presciência, elgegeu estes para a salvação, como então estes podem resistir ao chamado interno do Espírito Santo. Este dogma resultaria em negar a presciência de Deus, bem como todo o dogma da eleição condicional para a salvação
Rejeitando este dogma arminiano(resistibilidade da graça divina), preferimos antes abrir a "Harpa Cristã" e cantar a doce melodia da "irrestibilidade da graça divina"(para os eleitos), dizendo:


"Hoje é o dia aprazível,
Vem a Jesus, teu Salvador
O SEU AMOR É IRRESISTÍVEL"(238:4).

A estrofe 4 do hino 238 nos ensina que, uma vez amados por Jesus na eternidade, consequentemente, os eleitos irresistivelemente passam a amá-lo neste mundo(1 Jo 4:19).


(e) Cair da graça ou perder a salvação

A Bíblia ensina explicitamente que é impossível um cristão ser enganado pelos ministros de Satã(Jo 10:4,5), ser arrebatado das mãos de Cristo e do Pai(Jo 10:28-29)e que nenhum dos regenerados poderão ser derrotados pelo malígno mundo(1 Jo 5:4). Mas, à revelia das Escrituras, os arminianos dizem que é possível um cristão perder a salvação. Todavia, este dogma arminiano, não só é falso e blasfemo, como tambem entra em contradição com o segundo ponto do arminianismo. Ora, se desde a eternidade Deus sabia quem ia crer nele e perseverar até o fim, e que, com base nesta presciência, os elegeu para a salvação, como é possível eles se perderem? Este dogma resultaria tanto em negar a presciência de Deus, como tambem a negar o dogma arminiano da eleição condicional
Mas, rejeitando o quinto dogma arminiano(remonstrante), prefiro abrir a Harpa Cristã e cantar a doçe melodia do "UMA VEZ SALVO, PARA SEMPRE SALVO"!!!

"NUNCA JAMAIS HEI DE PERECER"(146:2)

"ME GUARDARÁS POR TEU AMOR,
FIEL ATÉ O FIM"(229:3)

"Vem a Cristo, sem tardar,
Com seus dons te quer fartar,
COM RIQUEZAS QUE JAMAIS SE PERDERÃO"(281:3)

"PRA ESCRAVIDÃO DO EGITO NUNCA MAIS EU VOLTAREI"(316:3)

"JESUS PRA SEMPRE ME SALVOU"(424).


A estrofe 2 do hino 146 revela que é impossível um cristão perecer(Jo 10:28). A estrofe 3 do hino 281 revela que é impossível as riquezas da salvação serem perdidas. E sabe por que? Porque se a nossa salvação para a salvação e se a nossa vocação para a salvação são ambas dons de Deus(Ef 2:8-9; 2 Tm 1:9) e se "OS DONS E A VOCAÇÃO DE DEUS SÃO IRREVOGÁVEIS"(Rm 11:29 ARA), como entãio poderia Deus anular o seu chamado(interno) para a salvação e anular a própria salvação? Como poderia Ele retirar de nós a fé salvífica?(Hb 12:2). A estrofe 3 do hino 316 diz que uma vez libertos da escravidão do pecado, jamais poderemos outra vez nos tornarmos seus escravos totalmente(Jo 8:36; 2 Co 3:17). Paulo chega até a ensinar que os verdadeiros cristãos jamais se desviam para a perdição(Hb 10:39). O hino 424 simplesmente está ensinando e afirmando: "Uma vez salvos, para sempre salvos"!(Jo 5:24; 10:28-29). E a estrofe 3 do hino 229, nos ensina a coroa da doutrina reformada-protestante da perserverança dos santos. Tal estrofe nos diz que a nossa perseverança final é um produto, não de nossos esforços, mas da graça de Deus!(Jr 32:40; Fl 1:6; 1 Co 1:8).

Em suma: além dos quatro pontos do arminanismo remonstrante não se sustentarem biblicamente e de serem uma herança da Contra Reforma(através dos canônes do Concílio de Trento, 1547 d.C); para piorar ainda mais a sua situação vexatória, eles se contradizem a si mesmos - um ao outro.
Que Deus abençoe a todos.

FONTE: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=495239&tid=5370875909682509108&na=4&nst=1&nid=495239-5370875909682509108-5562332847697337477